terça-feira, 26 de outubro de 2010

porque respiro...

equação química da respiração




…tenho sede e não é sede
Tenho fome e não é fome
Sinto na boca algo de vida
Que me sabe à própria morte

Tudo vejo, nada alcanço
Num imenso desassossego
 Não é cuidado nem receio
É quiçá coisa do medo

E tenho sede mas não é sede
Que Adamastor algum farte
Com vagas de mar à proa
Ou naufrágios de outra arte

E tenho fome mas não é fome
Em que o corpo desfaleça  
De carnes que já não cubram
A alma como certeza

Tudo alcanço, nada vejo
Mártir que sou da sorte
Tenho da luz a sede
Da noite eu tenho a fome

Sede das lágrimas que poiso
Na lividez da palavra
Na fome de um qualquer poema
Fome + sede + verso = a nada…


jorge du val

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

THE VOCA PEOPLE





Os THE VOCA PEOPLE são um grupo vocal Israelita composto por 8 fantásticos músicos/actores:
3 cantoras (alt, mezzo, soprano) 3 cantores (baixo, barítono, tenor) e 2 artistas beat box, considerados os melhores do mundo no género.
Sem instrumentos ou efeitos especiais este grupo tem na voz a todo o seu potencial artístico ao qual junta uma encenação digna de nos prender (ou soltar) na cadeira.

Pode também visitar a página oficial do grupo em:  
http://www.voca-people.com/

Divirta-se!!!




terça-feira, 19 de outubro de 2010

poema para Ofélia

Imagem de fundo:
[Carta, 1920, Lisboa a Ofélia Queirós, Lisboa / Fernando Pessoa]. — 1 p. : 2 colon. ; 20,8 x 26,8 cm
Autógrafo a lápis. — Rascunho de carta iniciada no verso de dactiloscrito com poemas em língua inglesa, um deles datado de «28/XI/1920», continuando no recto, na margem esquerda, na vertical. Carta de ruptura do namoro, iniciado há precisamente um ano, em resposta à que lhe foi enviada por Ofélia, que lhe provocou «pena» e «alívio»: «Estas coisas fazem sofrer, mas o sofrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão-de passar o amor e a dor, e todas as mais coisas, que não são mais do que partes da vida?». E no final, referindo-se a outras afeições possíveis, diz: «Que isto de “outras afeições” e de “outros caminhos” é consigo, Ofelinha, e não comigo. O meu destino pertence a outra Lei […] e está subordinado cada vez mais à obediência a Mestres que não permitem nem perdoam». — O original, com variantes em relação a este rascunho, datado de 29 Nov. 1920 e assinado por «Fernando», foi publicado em Cartas de amor de Fernando Pessoa. Org., posf. e notas
de David Mourão Ferreira. Lisboa: Ática, 1978. P. 131-133.
BNP Esp. E3/1143-86




Se Ofélia fosse bonita
Fosse quem sabe donzela
Não seria mais formosa
Nem outra Ofélia mais bela

Não fosse Ofélia dos sentidos
Dos poemas e do pensar
Que Ofélia seria (de)lírios
Meu jardim à beira-mar!!!

Musa servida em verso
Aos olhos do seu poeta
Livro-mulher, aberto
Em página que já não resta

Senão sonho, senão Ofélia
Eternamente por escrever
Houvesse Ofélia mais bela
Ofélia de me querer

jorge du val

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



À parte o singelo “prémio”, foi desde o início minha intenção apenas juntar neste espaço um grupo de poetas que com a sua arte me acompanhassem neste momento especial que deve ser sempre, o da comemoração da vida.
A todos agradeço o presente, de com as vossas palavras, colorirem de tantas cores este meu Outonal aniversário.


A todos os vencedores das palavras e dos sentidos, cujas almas aqui se espelharam em versos amenos, um até sempre em cada poema da vida…


Obrigado



A votação efectuada pelos participantes determinou o seguinte:

A.P
6p


LUA
6p


M. ADÃES
7p


PROIBIDA
11p


SALETE .C
6p


LOU A.
8p


Cibele de Carvalho (MISTIE)
10p


AMBER
5p


CURIOSA
3p


@LEXIS
11p


RACHEL O.
4p


MIKAS
7p




Após a votação (sendo que nem todos exerceram o direito de voto) atribui 3p a cada um dos participantes que em nada veio alterar a classificação.


As regras ditavam que não poderia haver dois primeiros lugares o que veio a acontecer. No caso seria o meu voto a desempatar. Mantendo a imparcialidade neste acto optei por decidir em sorteio o vencedor.


Coube na “moeda ao ar” vencer a @lexis. (a ela os meus parabéns)


Porem sendo ela já portadora do meu livro, o mesmo será entregue à PROIBIDA (também ela vencedora)


Uma vez mais a todos um obrigado…


jorge du val

sábado, 16 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



Não foram muitos os participantes, mas como se diz não é a quantidade que faz a qualidade, e a todos os que participaram nesta iniciativa gostaria de deixar o meu grato apreço por isso.
Boa poesia, aquela que aqui me deixaram. Considerem-se desde já, todos vós, vencedores em meu coração.

A vossa participação neste evento ainda não finda aqui!

Até dia 17 de Outubro (23.59h) serão enviadas para a caixa de cometários deste post as vossas votações.


Cada um dos participantes deverá pontuar de 3 a 1 os 3 poemas que mais gostaram.

No dia 18 de Outubro as votações feitas através deste post serão publicadas, decretando assim o vencedor.

Em caso de empate será o meu voto a desempatar (não haverá lugar a dois 1ºs lugares.

Mais uma vez agradeço a todos este carinho. Melhor presente de aniversário… toda a vossa poesia!!!



Obrigado

jorge du val

ps:

em baixo, poema que dedico a todas as penas poéticas que por aqui passaram…
Não votem o meu!!! Não me é permitido participar :)



É a minha pele quem escreve
Meus sonhos, que a alma dita
Palavras que ternas poiso
Nesse caderno da vida

E a cada verso, a cada página
A cada insanidade do verbo
Há um Outono que obriga
Ao poema em que me quero

E todo eu sou palavras
E rimas de ser tão pouco
Para esses poemas que sinto
Primaveras do meu corpo

jorge du val

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010


Neste Outono

Neste Outono nada tenho para colher,
Porque invadiste o meu corpo vazio
Sem lhe tocar,
Navegas-te no meu íntimo
Confundindo o que eu julgava saber,
Cobriste minha alma com um amor,
Que não era para mim.


Neste Outono nada tenho para colher,
Cultivei apenas uma doce alucinação,
Mergulhei na intensidade do teu desejo,
Entrei num espaço que não era o meu.


Neste Outono sinto a chuva
Igual a todos os outros anos,
E a tua ausência também.


MIKAS

http://um-moleskine-pa-mim.blogspot.com

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



Por vezes tudo parece escurecer ao meu redor
E sinto-me perdida sem explicação sobre o que me invade
Revejo-me em vazios
Igual ao que me preenche agora...

Queria tanto voltar a sentir como antes
Mas palavras bloqueiam-se por entre os dedos,
E os pensamentos atordoam-se por entre atropelos de feridas que creio, não saradas.

Hoje,
Sou sol desmaiado em manhã de Outono
Sou gota de chuva morna, numa manhã no fim de Setembro
Sou brisa que sopra levemente sem esfriar o rosto de quem toco.

Trago no peito,
...a lembrança que ternamente me aquece a alma,
Já amei, imensamente

Num dia qualquer de Outono.
Hoje,

Não sei como o fazer....

Reparo no esvoaçar das folhas soltas....
Amarelas, entorpecidas e esquecidas.

Sinto-me no entanto preenchida....
...não esvoaço perdida, como elas.

Um dia, vou-me encontrar...numa tarde ensolarada
E saberei que na chegada do Outono, as folhas voltarão a voar
Mas tu, estarás do meu lado.

AP

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



Nos pensamentos e na carne, ele sente, ainda,
o arrebol a ruborizar o sublime céu que não finda.
Um solstício de verão, mergulhado no vermelho de paixão,
onde o tempo não se deixa encarcerar no coração.
O ciclo continua e nele espalha todas as folhas amareladas de
desilusão, juntamente com as batidas gélidas do coração.
É Outono austral, onde crava no peito um final, e o tenebroso
começo, cinzento e solitário nas baforadas de suspiro do coração,
desenhando o nome daquele amor no vidro da janela, o qual
transpassa um olhar para o nada da imensidão, a procura dela.

*lua*

sábado, 9 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010


Deixa que te leve

Deixa que te leve,
Caminhemos pelas ondas
Mansas, sonolentas
Sedentas de tudo.


Deixa que te leve,
Ao encontro dos sonhos
Sonhados,
Nunca encontrados.


Deixa que te leve,
Ao meu jardim encantado
Com flores de mil tons
E clarões alaranjados.


Deixa que te leve,
Através da multidão
Que corre,
Sem piedade.


Deixa que te leve,
Para meu recanto breve
Onde tudo canta
E é leve.


Deixa que te leve,
E sejas meu, finalmente
E esqueçamos o mundo,
De forma breve.


Deixa que te leve,
Ao encontro de espelhos
Diluídos na noite de agasalhos
E aguardemos
E nos amemos
Como sabemos.


Deixa que te leve,
A escutar meu silêncio,
De palavras perdidas
Num canto agreste.


Deixa que te leve,
Não contes o tempo
Talvez se esqueça
De mim, de ti,
E nos deixe ficar…


E acredita,
Outros se buscam no espelho!


Maria Luísa Adães

http://os7degraus.blogspot.com

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



Céus de outono

Amanheci, e este céu não amanhece
As ruas frias, hoje mudas e desertas
viraram páginas despidas e amarelas
de um livro solto ao vento que se esquece!

A brisa e chuva não descansam noite afora
Os meus passos vãos nas folhas já se perdem
Segui o poente da estação que enfim, fenece
É o verão que se despede e vai embora...

E tal as folhas, jaz meu coração sem dono
buscando abrigo que me aqueça e embale o sono
perdido ao léu, no descaminho de ilusões.

Se me perguntas: por que rir deste abandono?
Eis que confesso: Dentre todas estações
a estação que mais te lembra é o outono!

(Proibida)
Flor Carnívora

http://carnivoraflor.blogspot.com

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010




O desencontro


A primavera
desabrocha colorida
na chuva que cai
viva no ventre
da terra do sul.
Que em um
desconcertante
e algoz
desencontro
da nossa natureza,
leva tua alma
ao norte e se
rompe em folhas
que caem mortas
no teu peito recluso
silênciando frias o
lume da tua poesia e
tirando de mim
a esperança de
um dia a minha
primavera existir
no outono que há em ti.

Salete Cattae


http://www.damageamor.blogspot.com

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010



Outono em algum lugar

O outono está em alguma nostalgia
ou em uma árvore que beija os rios
a procura a mãe natureza
ou nas lágrimas cansadas , exaustas
do trabalho duro que abriga o coração de suas asas
Que derrama flocos de cores em nuvens do céu
e pinta paisagens cinzentas
Outono
São memórias do passado vermelho recente
usando vestido verde sob sua luz intensa
São novas texturas de formas e idade
em caminhos que cantam as suas notas
e revestem o tempo
entre visões sem íris e prismas
nascidos do começo da vida

Rachel Omena

www.rachelrochaomena.blogspot.com

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010





Outono @margo

Folhas amarelas e velhas de plátano colam-se ao meu cabelo
Enquanto escorre um imenso rio feito de águas paradas
Pelas pedras que fazem o meu caminho nesta madrugada cinzenta.
Com um leve esgar turvo num semblante carregado
Chego a pensar ser estranho o igual que é o caminho da água
Que frondosamente cai, ao frio que se me entranha pela alma.
Vislumbro ao longe um raio de sol que se adivinha quente.
Talvez se o pudesse ainda sentir, ainda que levemente no meu rosto,
Aquecesse o quasi puro congelante de Dante que me consome
Vejo as folhas a cair lentamente e comparo-as com o Outono da vida
Que relembro e sinto-me vergada pelo peso de chumbo do passado.
A Primavera que passou não foi tão longa mas consegue antecipar a dor
Do Verão que ainda tenho encarcerado fora de tempo dentro de mim
Enquanto me arrasto pé ante pé numa morna lentidão por esta estação
Que vai, inevitavelmente, levar ao clímax de um Inverno de um grandioso inferno…

@lexis

www.somesmopalavras.blogspot.com

terça-feira, 5 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010




NO OUTONO PÉTALAS CAEM...

Das cores da terra
vou tecendo a esfera
Outono frio aproximara bocas
gemidos longínquos
laranja e amarelo
em minha face caem as pétalas.
O fluir do rio
onde o Sol adormece
hoje é um suspiro cansado
anoitecido mais cedo
a lembrança dos beijos
mata meu sono
o amor de outrora desaparece.

Lou Albergaria

http://www.sementedeamora.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010





Outono
O outono chegou, veja as folhas ao vento
Já não mais são donas do próprio destino
Como eu não sou desse meu sentimento
Sou refém nos braços de um frio libertino

Se agarrando a mim, aos prantos, tal menina
Que perdeu-se, em meio a multidão, dos pais
Pedindo-me ajuda em fortes, tristes ais
Essa solidão me cala, me amofina

E quem é culpado da minha tristeza?
É culpa do outono, com toda certeza
Todas essas folhas secas pelo chão...

...mas da minha dor e do meu desespero?
Não. Eles me seguem janeiro a janeiro
É injusto culpar essa linda estação.


Cibele de Carvalho (Mistie)
http://www.carceredealmas.blogspot.com/

domingo, 3 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010




Queda

Fim das tardes - d'antes cálidas
É frio que me intriga
com folhas ao vento levadas
e rumor de passos se aproximam...
Seus olhos, de um gélido cinza
é o horizonte que chora
lágrimas grossas e infindas
- É outono, é tua hora!

Não quero o calor do verão
suores, corpos e amores...
Quero da austera estação
todos os acres sabores
qual árvores sem fruto
qual as folhas sem rumo
qual meu ego em dissabores!

Não há abraço que aqueça
nessa solidão de outono
Queda livre, não me apare
pois no chão está o conforto:
na névoa se perde o olhar turvo
a noite mais longa e insone
O cobertor já não esconde
a frieza de meu luto.

Quantos outonos na memória?
Não sei e já não lembro
Março, abril, quem sabe maio...
perdi-me em meio ao tempo
Que será da estação agora?
entre a garoa e o firmamento
só tenho tremores de outrora
caem as folhas com o sereno
é outono - é tua hora...

(Amber - Terza Rima)
http://terza-rima.blogspot.com

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010

(Demeter picture by dareksilva)

Outono ...

se o instante não me parasse,
e o vento não me levasse,
e o grilo não me cantasse,
e o sol não me queimasse,
e o verde não me (des)folhasse,
eu não me saberia ...

(Curiosa)


http://asintimidadesdacuriosa.blogspot.com/

sábado, 2 de outubro de 2010

I PRÉMIO DE POESIA jorge du val 2010






Normalmente é o aniversariante a receber prendas no seu aniversário, eu resolvi fazer o contrário, ser eu a oferecer!
Este é o mês do meu aniversário e como tal resolvi criar o PRÉMIO DE POESIA jorge du val.


NORMAS:

1.Este prémio esta aberto a todos os bloguistas que se expressem em língua portuguesa

2.Cada bloguista pode participar com um (1) poema apenas.

3.Os poemas devem ser enviados para, jorge.do.val.antunes@gmail.com, até ao dia 14 de Outubro de 2010.

4.Os trabalhos devem ser acompanhados do nome próprio ou nick e endereço do blog do qual for proprietário e/ou colaborador.

5.Os poemas serão postados consoante a ordem de chegada até ao dia 14 de Outubro de 2010, inclusive.

6.Entre os dias 15 e 17 de Outubro os participantes devem pontuar de 1 a 3 sendo que 1 é o valor menor e 3 o valor máximo, os 3 poemas que mais gostaram.

7.O resultado da votação será publicado no dia 18 de Outubro de 2010 (meu aniversário).

8.A votação deve ser efectuada através da caixa de comentários deste post.

9.O tema proposto (obrigatório) é o Outono.

10.Haverá apenas um poema premiado, aquele que for mais votado. O prémio a atribuir é a obra, “depois do poema” de jorge du val.



Qualquer outro esclarecimento basta contactar-me através do e-mail jorge.do.val.antunes@gmail.com.

Assim sendo convido a todos a participar e a divulgar esta iniciativa.

Venham de lá esses poemas!!!

A todos boa inspiração!!!