Outono @margo
Folhas amarelas e velhas de plátano colam-se ao meu cabelo
Enquanto escorre um imenso rio feito de águas paradas
Pelas pedras que fazem o meu caminho nesta madrugada cinzenta.
Com um leve esgar turvo num semblante carregado
Chego a pensar ser estranho o igual que é o caminho da água
Que frondosamente cai, ao frio que se me entranha pela alma.
Vislumbro ao longe um raio de sol que se adivinha quente.
Talvez se o pudesse ainda sentir, ainda que levemente no meu rosto,
Aquecesse o quasi puro congelante de Dante que me consome
Vejo as folhas a cair lentamente e comparo-as com o Outono da vida
Que relembro e sinto-me vergada pelo peso de chumbo do passado.
A Primavera que passou não foi tão longa mas consegue antecipar a dor
Do Verão que ainda tenho encarcerado fora de tempo dentro de mim
Enquanto me arrasto pé ante pé numa morna lentidão por esta estação
Que vai, inevitavelmente, levar ao clímax de um Inverno de um grandioso inferno…
@lexis
www.somesmopalavras.blogspot.com
Aiiii....esse doeu na alma. Senti o gosto da lágrima e do fél.
ResponderEliminar....Mas belo pelas imagens tão ricas.
Parabéns!
Alexis,
ResponderEliminarfortes palavras .. com raízes profundas e cheiro de fungos, vindo do húmido denso da floresta interna .... (vivemos das clareiras internas ...)
beijos ..
E o terceiro voto para a Alexis, como eu já disse antes, no comentário anterior, 'fortes palavras .. com raízes profundas e cheiro de fungos, vindo do húmido denso da floresta interna .... (vivemos das clareiras internas ...)'
ResponderEliminaré um escrito lindo ...
- e pronto! meus votos estão dados ...
beijos ....
Fantástica descrição de um sentimento imenso....
ResponderEliminarAdorei, cada sentido desperto em mim.
Arrepiou, obrigado pela partilha.